Em sua primeira apresentação, realizada no Coletivo Bunker na última quarta-feira (dia 06/02) a banda demonstrou ser muito mais do que um simples meio-termo entre pós roque e post-hc, explorando também elementos de noise-rock, sambinha de indie e até surf music (no palco tinha uma guria mexendo em um lap top que provavelmente tenha feito alguns barulhinhos, mas na real nem deu pra ouvir). O fato da banda ser instrumental também não compromete pois seus arranjos são criativos o bastante para captar a atenção do público (o que não ocorre em apresentações daquela outra banda, a Palo). De fato, seria impossível encaixar vocais nas canções do grupo sem cagar tudo.
Infelizmente, no contexto atual da “cidade cultura”, há pouco espaço para um grupo que, além de ter uma sonoridade relativamente complexa, investe em composições próprias. O público de Santa Maria (“Lado A” ou “Lado B”, como definem os bunda-mole) tende a ignorar qualquer apresentação que não se limite a uma trilha sonora para um porre e/ou uns amassos. Assistir algo inédito, ao invés de releituras horríveis de Raul Seixas e Cascavelletes, parece ser uma tarefa impossível para nossos ilustres indiezinhos. Dessa forma, grupos como a Negative Cluster ficam confinados em quartas-feiras vazias no Bunker, sendo que, segundo um dos guitarristas do grupo, o Kauê, a banda provavelmente só conseguiu marcar este show porque um dos integrantes do grupo é um dos “sócios” do Bunker.
Fotos em breve, se Deus quiser...
Antes tarde do que nunca, algumas fotos do show...
Negative Cluster: Afinal de contas, beleza não é fundamental.
Papel higiênico na caixa de som...
As fotos são de Aline Zucolotto (não conheço...espero que não se importe)