Mas tudo bem - com um pouco de esforço, dá para admirar a iniciativa e compreender o orçamento (claramente) limitado.
(A pequena personagem ali é a Helena, minha sobrinha, achando tudo “muito lindo!”)
O hall abre a exposição com uma explicação sobre a peça "A Tragédia do Fim de Atau Wallpa", obra do teatro Inca cuja primeira encenação que se tem notícia data de 1548, em uma festa de Corpus Christi, na cidade de Potosi, na Bolívia. A peça foi descoberta em 1952 pelo pesquisador Jesús Lara. "A Tragédia do Fim de Atau Wallpa" nunca foi publicada em português e o seu autor é desconhecido. O conteúdo dramático nada mais é do que uma conseqüência das implicações históricas do povo destruído pelas armas espanholas, e reflete o medo Inca de encarar a vida e os momentos difíceis - como os presságios, os sonhos e o encontro com o Ser Supremo, além do espanto com que os incas receberam os invasores. É uma testemunha (trágica) da densidade da cultura do Império do Sol.
Entrando no corredor, encontramos uma seqüência de fotos e textos que contam um pouco da história do teatro brasileiro e latino-americano. Uma passagem interessante é sobre o "Teatro do Oprimido", movimento criado e desenvolvido nos anos 70 pelo dramaturgo Augusto Boal para fazer frente à censura e à repressão desencadeadas pelo AI-5. Inspirado nas propostas do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, Boal montou o "Teatro Jornal", em 1971: uma encenação aberta ao improviso, que utilizava notícias do dia comentadas, polemizadas e discutidas pelos atores, de diferentes modos. No mesmo ano, em exílio, Boal percorre diversos países da América Latina e da Europa, e chega à fórmula do "Teatro Invisível" e do "Teatro Foro", ambos com o mesmo esquema dramático: uma cena curta com uma situação de opressão representada por um ator, que em seguida dá o seu lugar de "oprimido" para alguém da platéia improvisar e tentar contornar a fonte opressora. Depois de criar centros de difusão do Teatro do Oprimido pelo mundo, o dramaturgo volta ao Brasil em 1983 e, três anos depois, funda o "Centro do Teatro do Oprimido", que congrega hoje grupos em todo país, principalmente no Rio de Janeiro - onde são vinculados às ações de cidadania.
Pelo caminho, o texto "Teatro de Rua: Mito e Criação no Brasil", do pesquisador André Luiz Antunes Netto (UDESC - SC) comenta o movimento recente de Teatro de Rua na América Latina, ligando as manifestações de rua brasileiras diretamente aos processos de criação enraizados no período final do Regime Ditatorial, nos anos 80. O autor expõe o esforço e a tenacidade de uns poucos teatristas que se lançaram às ruas em um movimento que se contrapõe aos discursos autoritários, no calor de um sentimento de liberdade de quem se encaminhava para o fim da ditadura militar.O hall abre a exposição com uma explicação sobre a peça "A Tragédia do Fim de Atau Wallpa", obra do teatro Inca cuja primeira encenação que se tem notícia data de 1548, em uma festa de Corpus Christi, na cidade de Potosi, na Bolívia. A peça foi descoberta em 1952 pelo pesquisador Jesús Lara. "A Tragédia do Fim de Atau Wallpa" nunca foi publicada em português e o seu autor é desconhecido. O conteúdo dramático nada mais é do que uma conseqüência das implicações históricas do povo destruído pelas armas espanholas, e reflete o medo Inca de encarar a vida e os momentos difíceis - como os presságios, os sonhos e o encontro com o Ser Supremo, além do espanto com que os incas receberam os invasores. É uma testemunha (trágica) da densidade da cultura do Império do Sol.
Entrando no corredor, encontramos uma seqüência de fotos e textos que contam um pouco da história do teatro brasileiro e latino-americano. Uma passagem interessante é sobre o "Teatro do Oprimido", movimento criado e desenvolvido nos anos 70 pelo dramaturgo Augusto Boal para fazer frente à censura e à repressão desencadeadas pelo AI-5. Inspirado nas propostas do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, Boal montou o "Teatro Jornal", em 1971: uma encenação aberta ao improviso, que utilizava notícias do dia comentadas, polemizadas e discutidas pelos atores, de diferentes modos. No mesmo ano, em exílio, Boal percorre diversos países da América Latina e da Europa, e chega à fórmula do "Teatro Invisível" e do "Teatro Foro", ambos com o mesmo esquema dramático: uma cena curta com uma situação de opressão representada por um ator, que em seguida dá o seu lugar de "oprimido" para alguém da platéia improvisar e tentar contornar a fonte opressora. Depois de criar centros de difusão do Teatro do Oprimido pelo mundo, o dramaturgo volta ao Brasil em 1983 e, três anos depois, funda o "Centro do Teatro do Oprimido", que congrega hoje grupos em todo país, principalmente no Rio de Janeiro - onde são vinculados às ações de cidadania.
Eu assumo, gostaria de ter mais coisas para contar - mas os florais coloridos me impediram de ler mais uma linha sequer. Ainda bem que a minha companhia se divertiu com as fitinhas.
=)
Quem ficou curioso e quiser conferir a exposição, ela vai estar no 2° andar da Casa de Cultura até o dia 31/10, quarta-feira - sempre das 8h às 20h.
Um comentário:
A Helena também é linda ;)
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