Hoje foi a minha vez de conferir as apresentações do Santa Cena, no Theatro Treze de Maio. O público era razoável. A entrada era gratuita mas não chegou perto de lotar a platéia. Acredito que isto se deva, em parte, ao mau tempo.
Iniciando às 20h 30min, a noite de espetáculos começou com uma homenagem ao Grupo Teatral "A Turma do Dionísio", em forma de slides com um pouco da história e fotografias. Dois representantes do grupo compareceram ao palco e discursaram em agradecimento. Em seguida, Felipe Dagort, da Cia Mínima da Teatro, criador e ator da peça "A Tartaruga Chernobyl" tomou conta do palco com uma excelente atuação. O monólogo é baseado no texto de 1967 "Uma Tartaruga Chamada Dostoievski", do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. A obra de Arrabal foi escrita a partir de "O Crocodilo", do escritor russo Fiódor Dostoievski, para homenageá-lo.
O ator Felipe Dagort encarna três personagens quase que ao mesmo tempo. Ele é Malik, sua esposa Liska e ainda um funcionário do zoológico na peça. O casal vai a um zoológico onde um dos animais é uma tartaruga atômica que acaba por engolir Malik. Ele continua vivo dentro da tartaruga e experimenta um mundo de sensações e percepções psicodélicas, e acha esse novo mundo tão maravilhoso que não pretende mais sair. Enquanto isso, sua esposa agoniza do lado de fora e o funcionário do zoológico teme pela perda de seu emprego devido às notícias publicadas no jornal, que distorciam o fato acontecido.
A peça foi super engraçada. O fato de Felipe ser todos os personagens colaborou para isso. O figurino também não foi escolhido por acaso e tentava (conseguia) agregar características masculinas e femininas sem ser estranho. O cenário era simples e todo de tecido colorido, eu achei lindo. Até o jornal era de tecido! Enfim, posso considerar uma das peças mais legais e divertidas que eu já assisti.
Perdeu? Assista ao vídeo com um pedacinho da peça:
O segundo espetáculo da noite, "A Super Mãe Porra Louca" foi criado e encenado por Márcia Chiamulera. Ambientado nos anos 70 é uma lição sobre a condição da mulher na contemporaneidade. Fugindo da polícia, a personagem entra na igreja para se esconder. No confessionário, ela vai contando e encenando as descobertas de sua vida e a via crucis da busca por liberdade física, mental e moral. Os comentários e perguntas do padre que está ouvindo a confissão ficam subentendidos. No final, uma surpresa quanto ao motivo da perseguição final.
O jogo de luz e a sonoplastia foram impecáveis. Isto mais a atuação de Márcia, fizeram a platéia dar boas risadas. O cenário era um banquinho estofado de veludo vermelho - e foi suficiente. Uma crítica muito bem humorada, como poucas que se vê por aí. E eu sou uma pessoa bem sem graça que acha super difícil alguma coisa ser engraçada realmente.
Perdeu? Sexta, dia 26 o espetáculo estará no Centro de Eventos do Santa Maria Shopping às 19 horas e às 20h 30min. Assista ao vídeo com um pedacinho da peça:
Monólogos tendem a ser maçantes e limitarem as possibilidades de algumas peças. Essa era a minha opinião até assistir às duas apresentações-solo da noite de hoje. Com excelentes atuações e montagens, fica difícil dizer de qual eu gostei mais. Haverá espetáculos do Santa Cena amanhã e segunda-feira, ainda. Confiram na agenda a programação e os horários. Quem sabe vocês têm a oportunidade de assistir à peças tão boas quanto as que eu pude ver hoje.
sábado, 20 de outubro de 2007
Crítica e muito Humor sobem ao Palco
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